segunda-feira, 11 de julho de 2011

O baú

Revirou o velho baú. No lugar da poeira, encontrou a novidade.

Novidade com cheiro de grama molhada. Grama mais verde que a de qualquer vizinho.
Os pés abandonaram as asas e pisaram firmes no chão. Resolveu caminhar. Nesse instante percebeu que as borboletas deixaram sua casa escura e ganharam a liberdade. Voavam livres porque nasceram pra isso.

O olhar perdido, encontrou. Lá estava ele! Colocou-o em seu lugar e passou a enxergar o mundo novamente. O horizonte, sempre tão altivo e distante, possuía agora todas as cores do arco íris e cintilava num pra sempre sem começo nem fim.

O mundo sorria e retribuir era o mínimo que podia fazer.
E então abriu os braços, se preparou para os abraços da brisa que fazia carinho no rosto.  A língua dançou por toda a boca e assim,molhada, beijou o futuro, que enfim se fez presente.
 Por que demorou tanto?- perguntou.
Ele então respondeu... "Sempre estive aqui, aprisionado a este velho baú de lembranças mesquinhas, esperando pelo dia em que viesse me libertar!"

4 comentários:

Mari Cordeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mari Cordeiro disse...

É Rê... engraçado como tem tanta coisa que está assim, na nossa cara, e não enxergamos. E ainda reclamamos! Ao invés de ficar nos queixando, deveríamos trocar de óculos e ver a vida de outra forma.
Lindo texto, como sempre!!
Beijos.

Silvia Fernández Machado. disse...

vou comprar um bau agooooraaaaa!! haha. Muito lindo e feliz que vc esta com sensacao de liberdade. Como diria um cantor argentino "eu nao sou a liberdade, mas sou eu quem a provoca"
Beijos

Paola Maia disse...

Lindo texto. As vezes demoramos a abrir o baú, umas vezes porque não sabemos que a resposta está lá, outras porque sabemos mas achamos que ainda não estamos prontas, que não é o momento de abrir o baú. Precisamos ver mais claramente esse baú. Que bom que você abriu o seu baú e está bem com isso.