segunda-feira, 11 de julho de 2011

O baú

Revirou o velho baú. No lugar da poeira, encontrou a novidade.

Novidade com cheiro de grama molhada. Grama mais verde que a de qualquer vizinho.
Os pés abandonaram as asas e pisaram firmes no chão. Resolveu caminhar. Nesse instante percebeu que as borboletas deixaram sua casa escura e ganharam a liberdade. Voavam livres porque nasceram pra isso.

O olhar perdido, encontrou. Lá estava ele! Colocou-o em seu lugar e passou a enxergar o mundo novamente. O horizonte, sempre tão altivo e distante, possuía agora todas as cores do arco íris e cintilava num pra sempre sem começo nem fim.

O mundo sorria e retribuir era o mínimo que podia fazer.
E então abriu os braços, se preparou para os abraços da brisa que fazia carinho no rosto.  A língua dançou por toda a boca e assim,molhada, beijou o futuro, que enfim se fez presente.
 Por que demorou tanto?- perguntou.
Ele então respondeu... "Sempre estive aqui, aprisionado a este velho baú de lembranças mesquinhas, esperando pelo dia em que viesse me libertar!"